terça-feira, 16 de setembro de 2008

Bradley's run of bad luck

Dezoito dias, era a extensão da minha onda de azar até aquele momento. Tudo parecia dar errado. Até os dias pareciam querer me comer vivo. O céu estava cinza e a chuva iminente, sempre iminente. E a vida não estava longe de me foder outra vez; eu reconheceria aquele som há milhas de distância, dava pra sentir nojo nas primeiras notas. Era mais uma viado frustrado cuspido do underground querendo corromper a santidão do meu jogo de sinuca com sua música pop chupada das paradas americanas.

Eu estava lá, encarava a mesa e ela me retribuia. Estava encurralado; música ruim, preso entre a oito e a borda e sem cigarros.

- Utell-me yolaif'z be waiov lien...

Branca direto na caçapa do meio.

- ...ufal-ing tupisses evry tiem...

Achei um cigarro no bolso de trás. Enquanto procurava o isqueiro, o velho Bob encaçapava a oito e acabava com o meu jogo e com o meu dia.

- caz-U-RED-A-BED-DAY

Desisti de fumar. Deixei as 5 pratas sobre a mesa e me dirigi à porta. Chequei o relógio, era meia noite. Novo dia, novos rumos, diria o velho Bob.

- Ei, jovem. Essa é a segunda, você me deve 10.

Dezenove dias.